domingo, 27 de fevereiro de 2011

A fome criativa

Todo mundo sabe que a Gávea é longe. Todo mundo que mora depois do túnel. Beeeeem depois. Então imaginem eu voltando da faculdade as 17 e 30 mais ou menos, chegando já na central. Já tava numa fome danada. Convenhamos né 17 e 30 você chegar na central e encontrar um trem com lugar pra sentar é milagre. Naquele dia então os ceus estavam ao meu favor (pelo menos era o que parecia). Entrei e só vi o banco lá me esperando, lugarzinho preciso. Quando me sento, estaria eu imaginando coisas? Não. Não tinha reparado mas o moço do meu lado estava comendo um LANCHE DO MC DONALDS. Batata frita. Ai mãe do céu, que judiação. De repente o homem levantou e foi jogar alguma coisa no lixo deixando as batas guardando o lugar. Olhei e ele estava lperto da lixeira e de costas. Não pensei duas vezes. Peguei a batata e sai correndo porta a fora do vagão. "Ei garota, ta maluca?" gritou. E quando eu ja estava longe e ia come-las apareceu um segurança. "Ei você! quer dizer que anda roubando batatas dos outro, ein!"
Não. Isso não aconteceu. Abri os olhos e foi uma alucinação criada pela minha imaginação faminta. O homem ainda estava do meu lado comendo as batatinhas tão suculentas.
"Quer uma menina?" Não, ele também não me ofereceu. Isso também foi coisa da minha cabeça.
Mas o cheiro. Ai o cheiro. Agora já estava vendo as batatinhas dançarem pra mim.
Enfim acabou. Ele terminou de comer as batatas. E acreditem, ELE AINDA IA COMER O HAMBURGUER!
Só porque eu não como mais carne não quer dizer que o aroma não seja bom. E lá vai tortura de novo. Depois de cenas criadas pelos meus picos fome como me imaginar tomando o hamburguer da mão dele e jogando pela janela, o homem que ainda reclamava da propria comida terminou tudo.
Ufa. O trem parou e o locutor anunciou: "Estação praça da bandeira."

domingo, 30 de janeiro de 2011

Ainda estou aprendendo

As vezes eu me sinto um peixe fora d´água. Sabe, acordar e pensar " o que que eu to fazendo aqui nesse mundo?" "Quem são essas pessoas?". Por vezes em muitos lugares eu era o ET. Ja fui criticada por dizer que o dinheiro nem sempre traz a felicidade, de maluca porque gostava de cantar musicas, ja fui ignorada por acreditar na teoria da evolução muito mais aprofundada do que dizem por ai, já riram da minha cara porque eu disse que acreditava em Deus, desacreditada por me acharem ser irresponsável. Nem sempre uma crítica é convertida para o nosso bem. A crítica pode machucar de verdade se a gente não sabe lidar. E eu nem sempre sei lidar. Não é que eu ache ruim. É bom. Nos faz crescer se a gente aplica ela de alguma forma. Algumas não acrescentam em nada, e são exatamente essas que precisamos jogar fora. Mas as vezes a gente se apega a remoer. Por que disseram isso ou aquilo? me pergunto. De primeira, se é uma coisa que não concordo, é como tomar um soco. Não tem reação. Zonza até cair em si e se recuperar. E aí se não me seguro, dou uma resposta. Mas se você não sabe ouvir uma crítica negativa e refletir sobre ela, provavelmente a sua reação é infantil. Assim são as crianças quando são contrariadas. Elas ainda não tem maturidade de entender que aquilo, por mais que não goste, vai ser para o seu bem.
Mas e o jeito com que se fala. É pois é. Tenho uma dificuldaaaaade com isso...
Tanto de falar, quanto de escutar. Por que se a sua intenção é boa, por mais que suas palavras não sejam lapidadas o outro sente o que voce esta pensando e sentindo. Mas se só quer impor sua opinião, se acha que é superior só porque tem um pensamento diferente, voce pode estar dizendo "eu te amo" que vai soar ruim. Vai ser um deboche. É isso que dá o tom. A sua intenção. Afinal 80% da nossa linguagem é não verbal.
Tem vezes que eu chego em um lugar e já sinto um monte de coisa. Um olhar de uma pessoa já me dá muitas impressões.
A verdade é que podemos e devemos criticar, mas acredito na importância da utilidade, na intenção com que se fala e na mudança que essa crítica pode causar na vida de alguém.
Afinal queremos criticar ou julgar?
Ainda estou aprendendo...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Elemento necessário

Começa no silêncio do barulho da rua. Passo a passo sigo o que eu tenho que fazer. Mas o tédio é sorrateiro. A mente não cessa. Na plataforma a espera pelo trem. O vício é tão grande que a cada estalo na linha férrea é uma nota, uma composição. " tá tá tum tum" Seria um fá sustenido? O raciocínio é voltado pra isso. Para a descoberta do que esta implícito no ar. Os peixes são os últimos a enxergar a água. Por estarmos inseridos num universo de leis, de açoes e respostas, transformamos tudo em um mistério. Se descobrimos algo, inventamos. Inventamos o que sempre esteve ali, mas não enxergavamos, como as leis da natureza. Música. Necessidade existencial. Algo tão sublime que está em todo lugar, que existe no silêncio. Tropeço em notas todos os dias. Fecha os olhos. Você pode sentir o pulsar do planeta, do espaço, do sistema solar. Existe uma hamonia e cada rotação é uma corda afinada. Existe harmonia aqui, ai no seu quarto, na sua sala. É lei da natureza também. Você não vê a gravidade. Apenas sente acontecer. Nem eletricidade. Apenas observa o resultado. Ninguém vê a música, talvez nem ouça. Podemos senti-la em nós o tempo todo. Cada um é uma música, um tom, uma nota. Basta querer afinar-se. Afinar-se pra si. Gostar do seu tom do que se tem a dizer com as próprias notas. Existem móleculas musicais na composição do organismo humano. Um elemento que deveria estar na tabela periódica.
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