sábado, 7 de novembro de 2009

November Rain


Dezembro é sábado. Férias, décimo terceiro, natal e festas de fim de ano, talvez seja isso que dá o tom de fim de semana em Dezembro. Janeiro? Bem, Janeiro é domingo, isso é fato. Aquela preguiça de domingo, de pensar que já já volta tudo de novo, toda a rotina e as promessas de na segunda mudar toda a vida: regime, esforço, trabalho. Mas essas promessas não começam na segunda feira, que neste caso é Fevereiro. Esse mês é uma espécie de segunda feriado de muito sol: dura pouco, você curte bastante, não faz nenhum regime tão pouco pensa em trabalhar. Eu, particularmente, não gosto muito daquela típica festa em que as pessoas fazem o que gostariam de fazer o ano todo. Gosto mesmo é do feriado. Apenas. O puro e simples fato de ser feriado.
A vida começa na terça. Março. Nos últimos anos não tenho visto suas águas. Nem sei mais quando fecha o verão. A quarta vem mais pra frente: Junho e Julho. É a metade. Sensação de estar no meio. Há pouco tempo atrás era o começo, mas daqui a pouco tempo acaba o ciclo. Antes de ontem ainda era segunda, mas depois de amanhã já é sexta. Setembro e Outubro: Quinta. O que dizer da quinta? O que você pensa quando digo: hoje é quinta feira? Apenas um "que bom" vem a minha mente.

Novembro tem clima de sexta feira. Aquela sensação de que falta pouco pra acabar. Mas essa sexta começa chuvosa, por causa do dia de finados. Um tanto triste eu diria. Me pergunto o porque de um feriado para os mortos, se quem “comemora” são os vivos. Esse dia só nos faz pensar e achar que os outros se foram e que ficaremos vivos pra sempre. Todos nós um dia vamos embora. Talvez se houvesse o “dia dos vivos” lembraríamos que existe a morte e aí sim teríamos motivos pra comemorar: o fato de estar vivo, ainda. Esperto foi o meu avô que morreu num dia 3 de Novembro. Aproveitou o seu último feriado pra depois ir dessa pra melhor. Melhor? Não sei. Essa é uma expressão que todo mundo usa, mas ninguém sabe ao certo. Tudo bem que ele nunca voltou pra reclamar (não que eu tenha visto ou ouvido). Acho que o assunto morte e o que vem depois dela é muito pessoal e cada um sabe e acredita na melhor resposta pra entender e consolar-se diante dela.

Em uma entrevista a Michael Jackson perguntaram o que gostaria que fizessem quando ele morresse. Então, respondeu que não pensava nisso. E porque, perguntou o jornalista. “ Eu nunca vou morrer” respondeu Michael. Foi a mais pura verdade. Jackson continua vivo. Em suas músicas ainda tocadas, no seu filme documentá rio, suas danças. Elvis também não morreu. Ou alguém consegue esquecer o talento do astro do rock? E quanto aos missionários? Gandhi ou Madre Thereza. Será que morreram? Acredito que permanecem vivos dentro de tudo que realizaram e todo bem feito na vida de outras pessoas. Essa essência individual é que faz de nós o que somos. É o que se transmite nas ações e atitudes, sejam elas boas ou ruins. Quem determina a nossa morte não se sabe, mas a nossa imortalidade a gente pode decidir. Se vai colocar todo amor,
convicção em que construir, essa energia fica pra sempre. Talvez não seja reconhecida logo, mas sementes plantadas sempre acabam germinando.

A vida não começa quando chega o sucesso. Começa quando a procura da felicidade é fazer aquilo que ama fazer. Sem esperar reconhecimento. Apenas dando o melhor de si. Não começa daqui a dez ou vinte anos. Começa na segunda, na terça, quarta, todos os dias de Janeiro a Janeiro. O que se tem feito da semana? O que se tem feito com a vida? As vezes as pessoas me parecem apenas planejar o amanhã, quando na verdade o amanhã não existe. O que existe é o hoje, o agora. Nosso corpo é como uma cápsula que carrega nossa essência e é instrumento pra que se possa edificar nossas idéias. Um dia essa cápsula se vai, mas o efeito fica. Ou não. Depende do que se faz com cada cápsula. Podemos apenas aceitar o padrão e seguir uma vida vista como normal, esperando a morte chegar. No dia dois de Novembro seremos lembrados e colocarão flores as quais nem vamos conseguir pegar. Mas podemos viver seguindo nossos sentimentos (desde que não prejudiquem ninguém), mesmo que esses não agradem a maioria. Seremos lembrados sempre. E nossa vida continuar. Ou melhor, o efeito da cápsula durar mais tempo.

Então resolvi reeditar essa postagem acrescentando um vídeo de um cara que com certeza faz um ótimo uso de sua cápsula e nao espera o amanhã.

13 comentários:

  1. E vce como sempre se superando a cada post..
    Eu penso nisso todos os dias! O que eu to fazendo pra mudar o mundo? O que eu faço de produtivo, de útil pra mim e pra Humanidade? Isso é tão complexo! Mas ao mesmo temo tão simples, porque são nossas simples atitudes que nos fazem melhores ou piores...
    Por isso que adoro seus textos.
    Tá de parabéns , ficou maaaraa !!
    Meu blog ta com post novo , depois passa lá!
    Beijooos caaat!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Ingrid, arrasooou! O vídeo é show, o carinha arrasa cara! Exemplo de vidaaa!!!
    Adoreei!
    Ah, eu tinha esquecido.. Sabe o nome de uma música do apocalyptica que o fernando sempre botava nas aulas com uma mulher cantando ( acho que era uma mulher Oo') ?? Eu to doida atrás dessa música, é muito linda, mas não sei o nome!! E eu sei que vce ouve *-*
    Se souber me passa?
    Beijos

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  4. Lindo post, Ingrid!

    Você mostra muito bem como "viver a vida" não é o mesmo que exaurí-la no menor espaço de tempo, como pensam muitos, mas sim valorizar a cada momento o simples fato de estar vivo.

    "So nevermind the darkness. We still can find a way, because nothing lasts forever, even the cold november rain..."

    Parabéns!
    Bjs

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  5. sim é justamente por causa dessa musica que veio o título!

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  6. Vish véi, me quebra no meio, eu deixo.
    Quanto tempo que eu não venho aqui? Ô falta de educação da minha parte não retribuir os seus comentários com pontualidade!
    A verdade é que eu tô sem tempo e estava sem net (acho que ainda estou), mas então, deixando de lado essa mania de me explicar...
    Eu curti os textos (Os últimos tantos que eu demorei pra ler, mas coloquei em ordem agora).
    Esse último ficou muito, muito bom cara.
    Eu gosto de março porque é o mês do meu aniversário (Oh!), então eu tô tentando escrever um texto em que possa falar bem dele, mesmo que odeie o calor excessivo, quem dera Vinícius ainda estivesse aqui pra nos mostrar essas águas que ambas não vêem(Como é mesmo a nova gramática? Tenho que estudar isso).
    De qualquer forma, eu queria agradecer tuas visitas ao blog, é tão bom saber que tu gosta dos meus textos sabe, imagino que saiba, teus textos são tão bons e ta cheio de gente aqui pra comprovar o que digo (Eu digo? Acho que eu tô provando o que dizem todos esses comentários. oO.)
    Não me perderei nesse comentário gigantesco, mas se tiver paciência de ler essa quase-carta, Ingrid, tu esta escrevendo maravilhosamente bem. Parabéns.
    E outra, apesar de todo tempo longe, cê é muito querida viu?
    Não esqueço daquele ciclo não.
    Beijos e Textos.

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  7. Amei!
    Me fez pensar em como a vida passa rápido e que temos que aproveitá-la com quem amamos porque afinal nós estamos vivos certo?!

    Ingrid, parabéns... melhor a cada post... louco pra ler o próximo

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  8. Ahhh, sim... O ano realmente é como as semanas! E é incrível como ambos passam tão rapidamente. Só espero estar fazendo um bom proveito de minha cápsula. Ótimo post! Parabéns!

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  9. Interessante comparar o ano com a semana. Muito legal essa sacada!

    O vídeo, que foi feito para levantar qualquer um, nos derruba. Lindíssimo.

    Beijos e parabéns!

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  10. Ingrid como bom seguidor de seu blog,que por sinal,cadê mais...resolvi também criar um blog que,pasme, já tem 2 seguidores,um do Paraná e outro do Espirito Santo. Quem sabe você não queira inaugurar o Rio de Janeiro...
    o blog é sobre música :
    http://musicapulsa.blogspot.com

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  11. Pensando aqui isto de comparar os meses do ano com os dias da semana........ de onde você tira estas idéias? Muito bacana. bjs

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  12. é gostoso demais ler esse blog...
    Com certeza já é uma parcela pra ajudar esse nosso mundinho tão doente...
    Que reflitamos mesmo e que tenhamos força de verdade para nos colocarmos como parte integrante de um todo, como uma parcela responsável por todos os problemas que acontecem e que podemos sanar!
    Mil beijinhos!

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