domingo, 28 de junho de 2009

Before the Rainbow




Olá amigos! É, eu sei, faz tempo que não passo por aqui. Algumas semanas. Sabem como é: tem vezes que é difícil encontrar inspiração numa bolha. A bolha da rotina. Meu mundinho. Pequeno universo entrelaçado com outros universos. Não, eu não sou astróloga. Tão pouco trago a pessoa amada em três dias, mas eu gosto desse negócio de universo e de universoS também. Apesar do meu não ser tão extenso, ainda consigo me surpreender com alguns fatos que ocorrem. Os detalhes. Aqueles que passam despercebidos, mas que me fazem dar uma de Sócrates. Como: receber presente no dia dos namorados mesmo sem ter um, tirar um oito na matéria de estruturas no técnico (sim, meus olhos quase marejaram de emoção), me encantar ao ir numa bodas de ouro desejando que um dia, depois de 50 anos de casada, meu marido – que eu tenha um! - dance comigo da mesma forma que aquele casal dançava sua valsa: como se fosse a primeira e mais apaixonada vez. Me emocionar ao saber da morte de um grande ídolo, símbolo do pop por três décadas. Thriller nunca foi tão real quanto agora. Piada infame, não. Enfim, na segunda feira tive a felicidade de não passar pela primeira tortura psicológica do ano de um pós P.P.V. (Primeira Prova do Vestibular).

No domingo passado foi a prova da INFRAERO, então não tive o prazer de fazer o 1º E.Q. da Uerj. Como todas as universidades e colégios mais próximos da minha casa estavam ocupados com a dita cuja prova, fui mandada pra UNIVERCIDADE de Ipanema pra prestar o concurso público dos aeroportos brasileiros pra técnico de edificações. Não posso dizer que acordei com as galinhas. Mas eu as acordei, afinal de Madureira a Ipanema na dependência do coletivo pode trazer muitas surpresas, então é melhor prevenir do que remediar. Fomos eu e mamãe.

É incrível como pra mim a essência das ruas muda quando se vai para a zona sul. Consigo me imaginar em outro país. Não vejo pessoas feias. Pode até não haver lugares tão belos assim, mas ao longe, ou entre as brechas de um prédio e outro, posso ver o horizonte e sentir o cheiro do mar. Estava frio, mas o sol se fez presente. A rua era residencial, bem residência mesmo. A mansidão dos lares era como o silêncio daquela manhã. Lembrei do filme “O Mágico de Oz”.

Alguém ai já viu o filme “ O mágico de Oz” de 1939? Ele começa preto e branco. A protagonista, Dorothy, sonhava em conhecer grandes cidades, grandes oceanos. Então ela foge de casa. Acha que lá ninguém a compreende. No caminho da fuga, conhece o Professor Marvel, um homem que enganava as pessoas dizendo que era vidente. Disse à Dorothy que sua tia estava doente por ela ter fugido de casa. Então, na tentativa de voltar para casa, surgiu uma tempestade. Logo que ela entrou em casa, o tornado levantou a casa. A casa rodopiou, rodopiou e aterrissou na Cidade dos Munchkins, no país de OZ, um país distante e colorido. Assim que ela abre a porta de casa e encontra toda essa fantasia, o filme fica colorido.

No meu contexto acho que a porta que ia do preto e branco ao colorido era o túnel Rebouças. Fico encantada assim como a Dorothy. No ônibus do metrô tocava música clássica. Na hora da prova eu até relaxei.
Quando acabei e sai da UNIVERCIDADE fiquei analisando tudo que pensei da ida até aquele exato momento. Finalmente conclui: Ah mas aqui não tem o barulho do trem. Se morasse aqui não teria todas as manhãs a saudação calorosa do vira-lata que mora lá do lado e nos recepciona todo dia. Já me acostumei com o barulho e a vista pra estação de Madureira. E o cinema do Shopping? Na quarta feira é três reais a meia para estudante, sem contar que por lá se encontra tudo que procura em termos de comércio. Também nuca tive problemas com vizinhos mesmo tendo cachorros tão barulhentos. A casa da vovó é fica tão pertinho da minha. Não temos medo de ser assaltados. Há condução pra muitos lugares. E o principal: Qual seria a graça de conquistar a praia nos dias de sol de janeiro se eu a tivesse em todos os meses do ano?



O grand Finale do filme se dá quando Dorothy diz a interessante frase: “Não há melhor lugar do que a nossa casa...”. Repete por três vezes batendo com seus sapatinhos vermelhos. Então some do país de Oz e volta pra casa. Tentei bater com meus tênis, mas achei melhor esticar o braço e fazer sinal pro ônibus.

7 comentários:

  1. Olha, mto legal vc achar poético morar em Madureira e sentir falta da sua casa.
    Mas se me falassem amanhã "Georgia, a gente tá se mudando pra Ipanema", ó nem iria reclamar. Aliás iria ficar deveras feliz.
    Eu tô meio cansada de morar num bairro que é todo voltado para o povão e nem uma livraria ou shopping tem. O meu negócio com a Zona sul, além de ser bonita, é a vida noturna e as opções culturais mto próximas.
    Estou de saco cheio da zona oeste.

    Ah, como foi a prova da Infraero?
    Beijos!

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  2. sim, mas enquanto isso não acontece eu vou me divertindo desse lado do arco-íris mesmo... huaauusauhasuuashuahs
    a infraero... bem, é melhor esperar pelo gabarito pra saber e dizer alguma coisa...

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  3. Puxa Ingrid, que lindo esse texto. E trata de um assunto sempre em pauta na minha mente. Moro em madureira, assim como vc. Vira e mexe me bate uma depressão ao morar por aqui. O lugar é feio, as pessoas andam de qualquer jeito na rua, não tem policiamento nenhum, deficientes físicos que se danem, as calçadas são horríveis, placa? O que é isso? Livraria? ãh? Nunca vi! Um pesadelo. Madureira shopping não tem livraria, é mole?

    Será por que? Suburbano não gosta de ler ou nào querem que suburbano leia? Pergunta profunda...

    Anyway, aqui existe uma beleza diferente. Uma que não é captada pelos olhos.Só quem vive aqui é que a percebe. É um vizinho solícito, uma mãe que mora ao lado, senão em cima ou embaixo, um pedaço de bolo que Dona Jurema me dá sempre que faz o meu preferido, um pacote de bala que Seu Ivaldo traz da rua para a Nara sempre que vai no mercadão...

    E sabe Deus quantas vezes bati com meus sapatinhos vermelhos lá do outro lado do Rebouças.

    Bom, fica aqui o convite:
    http://elikatakimoto.blogspot.com/2009/04/beleza-suburbana.html

    Beijaço

    Elika takimoto

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  4. Sair da zona oeste, zona norte, baixada, sentido zona sul é como ver um filme sobre evolução da humanidade. Impressionante como você continua no mesmo estado e tudo muda.

    Adorei o blog, vou continuar lendo os posts, e fazer uma área de "follow" no meu.

    =****

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  5. Olá Ingrid! Gostei muito do seu texto! Que delícia de leitura! Quando era da sua idade nem podia transitar do norte para o sul ou nobre zona oeste. Agora já até atravessei o atlântico e por incrível que pareça me senti muito bem por lá. Conheci pessoas simpáticas, receptivas, que cozinhavam bem e me trataram muito bem. Em se tratando de Alemanha, acho que Karlsruhe, cidade a quase duas horas de Frankfurt, foi meu mundo mágico de Oz.
    Gostaria que você visitasse meu blog:www.lucianacarvalheira.blogspot.com

    Um grande abraço!

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  6. Olá, adorei o texto. Quero assistir o filme agora, vou ver se eu acho.
    Lindo o seu blog.

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  7. Eu adoro a Dorothy e as sapatilhas vermelhas!
    *-*
    Eu ainda vou ter uma sapatilha dessas!
    Eu não sabia que você morava em Madureira! =O
    Minha vó mora aí também, eu vivo andando por aí!
    =*

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